Saiba como ficam seus investimentos em Renda Fixa com a redução da Selic, por Roberto Indech.
- O que é a Selic?
A taxa de juros do Brasil, a taxa Selic, é um índice que baliza o custo do crédito no nosso país.
Sem dúvida, a Selic afeta a vida das pessoas no dia a dia do ponto de vista do consumo.
Desde o final de julho de 2015 ou mais precisamente nos últimos 15 meses, a taxa esteve mantida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) em 14,25% ao ano.
Com essa redução, mesmo que efetivamente pequena e que ainda irá demorar para ser sentida na economia real, espera-se que o Banco Central apenas esteja começando esse novo ciclo de queda gradual dos juros no país.
Desta forma, o que podemos esperar daqui para frente para os investimentos em renda fixa? Outra das perguntas mais frequentes se refere se este é o momento de “mudar a mão” nos investimentos ou não.
Veja tudo sobre a Taxa Selic neste outro artigo atualizado!
- O momento
Em primeiro lugar, o que sempre chamamos atenção é para o ganho real – taxa de retorno descontada a inflação - do investimento. Se a Selic em 2015 começou e encerrou o ano em 14,25% e a inflação, medida pelo IPCA, fechou o mesmo ano com “gigantes” 10,7% - a maior taxa anual desde 2002 -, fechamos o ano com ganho real de pouco mais de 3,5%. Para se ter ideia, em países desenvolvidos essa conta é negativa, pois os juros encontram-se entre 0 e 1% enquanto a inflação entre 1% e 2%. Portanto, apenas por essa explicação já é possível sinalizar que o Brasil é um dos melhores lugares do mundo para se investir. Claro, ainda há uma série de circunstâncias a serem levadas em consideração, como o risco dos investimentos entre outras, mas é uma afirmação absolutamente possível.
- As perspectivas
Conforme já comentado anteriormente é que a Selic inicie uma trajetória descendente e forte no curto prazo. No mercado futuro, onde trabalham muitos investidores profissionais ou as instituições financeiras, estas taxas já vem com essa expectativa há algumas semanas e trabalham inclusive em um número próximo de 10% até o final de 2017. Isso certamente ocorrerá se a inflação continuar cedendo no curto prazo, como já temos visto nas últimas divulgações além das aprovações das reformas de ajuste fiscal no país, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita o teto dos gastos do governo que deverá ser votada até o final deste ano no Congresso Nacional e a Reforma da Previdência em 2017.
- E então, como ficam os investimentos em Renda Fixa a partir de agora?
Para o curto prazo, seguimos com a recomendação dos títulos do Tesouro Selic, especialmente pela possibilidade de resgate diário. Neste caso, uma das perguntas frequentes que nos chegam é se chegou o momento de migrar para outros ativos. Minha resposta é não, especialmente se o investidor levar em consideração que o CDI também irá recuar na mesma proporção. Mas e os fundos de investimento? Estes também possuem em suas carteiras ativos indexados a Selic e portanto também irão sofrer no curto prazo. Se pegar a poupança como comparação, em 2015 o retorno ficou pouco acima dos 8% e em 2016 a perspectiva que encerre abaixo deste número. Portanto, falamos, repetimos e ressaltamos: poupança não é investimento.
Já para o médio e longo prazo seguimos com a recomendação para os títulos do Tesouro IPCA, em que a rentabilidade apurada é a inflação no período somado a um prêmio pago pelo Tesouro Nacional. Neste caso, a recomendação é levar esta título até o vencimento. Portanto programe-se antes de comprar.
- Outros investimentos
Diante de todo esse cenário descrito, é evidente que a renda fixa continua sendo uma das melhores opções de retorno para os investidores no Brasil. Os CDB´s, LCI/LCA e Letras de Câmbio (LC) deverão continuar sendo ofertados normalmente para aqueles que buscam maiores riscos e portanto maiores retornos, com alguns optando pelo investimento abaixo do valor garantido pelo FGC, de R$250 mil por CPF e por instituição financeira. No entanto, as características de cada um desses investimentos devem ser compreendidos antes de qualquer aporte, assim como o objetivo pelo qual está realizando seus investimentos.
- Como investir no Tesouro Direto com apenas R$100 ao mês:
Na Rico, disponibilizamos a aplicação automática, bastando você investidor programar o investimento e autorizando o débito automático em sua conta corrente do banco para validar o serviço. Para comprar os títulos sem a aplicação automática, você poderá adquirir 1% do valor do título. Como exemplo, o tesouro Selic, hoje, 24/10/2016, custa R$8.231,21 e portanto você poderá investir a partir de R$82,31.
Bons investimentos!
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Analista de investimentos da Rico, faz análises diárias sobre o panorama mundial do mercado e recomendação dos ativos mais rentáveis do momento. Contato: rindech@rico.com.vc |